Foi em 67, quando eu fazia a quarta série pela segunda vez. Era a 4ª E, que fôra transferida para o período da manhã. No último bimestre, a professora de História resolveu fazer uma prova mimeografada, uma novidade na época. O mimeógrafo era a álcool e acho que pertencia ao grêmio. Quem manuseava a máquina era um amigo nosso (desculpe, mas não lembro o nome desse nosso herói) que, ao iniciar a impressão, pegou uma das provas, examinou e disse para a professora que a mesma estava toda borrada, amassando-a e jogando-a no lixo. Quando a professora saiu com as provas impressas, esse nosso amigo foi até a lata de lixo e recuperou aquela prova que, de borrada, não tinha nada. Alguns minutos depois as preciosas dez questões que seriam colocadas na nossa frente só no dia seguinte, estavam ali, à nossa disposição. Decidimos que apenas a turminha que estava pior de nota ficaria sabendo da história e poderia copiar as questões. E assim mesmo ficou combinado que cada um tiraria a nota que precisasse, para que não houvesse uma porção de notas 10 gerando a maior desconfiança. Infelizmente, não me lembro dos nomes todos, mas lá estavam, com certeza, o João Rubens, o Dagmar, o Olímpio, o Romeuzinho Mirante e, se não me engano, o Spis (hoje presidente dos petroleiros). Acho que o Sebastião Maria fazia parte dessa turma também. Enfim, no dia seguinte, fizemos a prova, nervosos e cheios de segredos, precavidos como nunca, para que ninguém descobrisse aquela que foi a maior cola das nossas vidas. E deu certo: tiramos as notas que precisávamos para nos livrar do exame ou para fazê-lo sem precisar de nota muito alta. E ninguém descobriu, apesar de, na entrega das provas com as notas, a professora ter desconfiado. Afinal, alunos que sempre tiraram notas baixas, de repente se revelaram ótimos historiadores... Edmilson Siqueira – turma de 63 a 70. P.S - Se o cara que nos passou a cópia da prova estiver na festa, por favor me procure: o chope será por minha conta...