Meu “causo”, na realidade, “episódio”, ocorreu no ano de 1977, durante o segundo colegial, na época transformado em colegial técnico em Construção Civil. Em função desta transformação, alguns professores de outras disciplinas e instituições passaram a fazer parte do corpo docente de nossa gloriosa escola. Poderia citar nominalmente pelo menos três deles, porém nosso episódio esta focalizado no professor Osvaldo Nascimento, grande mestre, vindo, segundo as conversas da época, do ITA. Sua capacidade de ensinar Desenho Técnico foi algo de fantástico, com experiências muito gratificantes que, em meu caso, marcaram tão profundamente, que creio dever a ele boa parte da minha capacidade de lidar com estruturas geométricas, arquitetônicas, vistas de peças mecânicas etc.. Ele era um professor de vanguarda, ou pelo menos com novas técnicas de ensino. Em uma de nossas aulas, o tema era conseguir esculpir uma peça de formato cúbico com vários detalhes em suas faces em três dimensões, a partir da observação de suas diversas vistas rebatidas no plano. Para tal, pediu numa aula anterior que no dia marcado trouxéssemos uma barra de sabão e uma faquinha, para realizarmos a escultura da peça -- tudo valendo nota de trabalho, como numa prova. Nossa aula transcorreu mais ou menos normal, com algumas pequenas gracinhas, mas chegamos sãos e salvos ao final. Porém, quando o professor Osvaldo deixou a sala de aula, presenciei e participei da maior guerra de pedaços de sabão da minha vida. Como conseqüência, quase fomos suspensos e nunca mais tivemos oportunidade de poder realizar este tipo de exercício. Notei uma grande decepção em nosso mestre, daquele tipo: “E eu achava que vocês já estavam um pouco mais maduros...” Marco Antônio Duarte Novo -- turma de 72-78