Doutor Davi, inspetor estadual, ia em cada carteira assinar as provas parciais de junho e finais, em dezembro. O fato que vou relatar não posso provar, mas colegas de classe garantiam que realmente aconteceu. Foi o seguinte: na prova parcial de Latim, do profesor Benê, terminadas as questões, confessadamente achando que tinha feito uma boa prova, fiquei parado, reconferindo as respostas e o doutor Davi estava circulando pela classe e achando que eu estivesse a fim de colar. Ele se aproximou de minha carteira e, muito mansamente, colocou a mão no bolso de meu blusão. Como não achou a cola que antecipava, me deixou em paz. Considerando que colegas veteranos contavam que ele chegava a subir naquelas árvores, logo na entrada masculina, para fiscalizar provas nas classes do segundo andar, a veracidade do fato relatado torna-se mais forte. Fiquei muito zangado quando me falaram de tal ocorrência. Comentando com a família, havia planejado trazer alguns vidros quebrados no bolso para a prova seguinte. Idéia que me valeu uma tremenda bronca de meu pai. Ele disse que eu devia estudar mais e não deixar suspeita de colador. Minha satisfação pessoal foi que nesta prova consegui arrancar um sonoro 10. NakaYagi