Falar em “Culto à Ciência” é relembrar fortes emoções. Os anos
que passei nesta escola histórica (86-89), cursando o Magistério, foram
realmente inesquecíveis. Lembro-me como se fosse ontem, do primeiro ano no
porão, as aulas terríveis e necessárias de professores como Cidinha
(Matemática), Vanderlisa (Física), Iracema (Química), Carlão (História),
Euclides (Geografia), Célia (Educação Artística) dentre outros de que não
me recordo. Foram pessoas especiais, que fizeram parte de um grande sonho meu:
entrar numa universidade pública. Durante o curso, professores como Sônia
(Português) e Clóvis (Didática) também deixaram saudades. A todos minha
eterna gratidão. Mas, falando da escola, sempre vivi grandes aventuras com
outras amigas, que gostavam, como eu, de desvendar os mistérios de cada canto
dela. Mesmo “adultas” na época, gostavam de fazer de conta, de fantasiar
fantasmas, monstros, de bisbilhotar no
sótão, de revirar a biblioteca. Não nos
importávamos com festas ou divertimentos. Éramos da turma que gostava de
estudar, que se empenhava em cada atividade, que vivia cada dia com alma e
coração. Respirávamos o mesmo ar que Santos Dumont respirou. Talvez o ensino
público não tenha muito crédito hoje em dia, mas sou testemunha viva de que,
com esforço e com a ajuda de Deus em primeiro lugar, se pode chegar lá.
Formei-me em 1989, e minha vida não era fácil. Trabalhei e estudei muito neste
ano, além de estudar para o vestibular. Não tinha dinheiro para pagar o
cursinho e tive que estudar o dobro. Entrei na Unicamp graças ao excelente
primeiro ano que realizei no Culto à Ciência e aos excelentes professores que
lecionaram as matérias do núcleo comum do segundo grau (obrigada, Iracema e
Vanderlisa pelas aulas terríveis!). Conclui meu curso de Pedagogia em 1993.
Neste ano, em agosto, defendi minha tese de Mestrado na Unicamp na área de
Psicologia Educacional e no ano que vem iniciarei o Doutorado na mesma área.
Sou feliz e realizada aos 27 anos, e tudo graças a Deus, que é o Senhor dos
Impossíveis, e à minha escola querida, que sempre levarei no coração.
Gostaria de falar mais. Quem sabe numa próxima oportunidade? Deixo aqui uma com
o professor Clóvis nas escadarias do colégio. Obrigada.
Adriana Emilia Heitmann Gonçalves Teixeira