Me lembro de uma passagem que ficou bastante marcada em minha memória, mas não me recordo do nome do autor da proeza. Aula de Desenho com o professor Mário (boca mole). De repente, a classe se assusta com um tremendo estrondo vindo de uma das gavetas da mesa do professor. Era mais uma das muitas bombas-relógio (bombinhas acopladas com cigarro aceso) que quebravam um pouco o silêncio durante as aulas. O professor, muito irritado, deu à classe dois minutos para que o autor se pronunciasse ou a classe inteira seria suspensa. Neste meio tempo, os colegas do fundão pressionavam o autor, com palavras como: “Vai fulano, se entrega, antes você do que toda a classe; seja homem agora; não vá prejudicar seus colegas.”. Até que, finalmente, nosso personagem, tomando um fôlego extra, levantou a mão e disse com a maior cara de pau: “Professor, apesar de saber quem foi, não sou dedo-duro como muitos desta classe para contar-lhe, mas sou corajoso o suficiente para ser suspenso sozinho no lugar da classe. O riso foi geral, mas o professor acabou elogiando a atitude do sem- vergonha, mandou-o sentar e ainda citou como exemplo sua atitude para o resto da classe. E continuou com a sua aula. José Carlos Camargo Antunes - turma de 69-75