Era aula de Tojal. Campeonato correndo: 2ª D X 2ª B. Ano de copa, da
copa de 70. Eu não era bom na linha, porém defendia bravamente o gol de minha
2ª B. Jogo disputado, violento. Do outro lado, o Alemão já havia feito dois
gols em mim, sendo que em ambos as redes foram furadas pelas pancadas. Reagimos.
Wanderlã (meio time) empatou o jogo e eu passei a fazer algumas defesas muito
estranhas (garantindo o resultado e quase luxando meu braço). O incrível
aconteceu quase em série: Alemão dividiu uma bola e caiu feio; braço
quebrado. Correria e o professor Bento correu para socorrer. Reiniciado o jogo,
cinco minutos após, é Wanderlã que cai: nova fratura. Mossa corre feito doido
e socorre. Reiniciado o jogo. Dez de cada lado. Mais cinco minutos, outra
disputa feia e novo braço quebrado. Não consigo me lembrar quem foi a vítima,
mas sei que Tojal interrompeu o jogo. Nenhum do dois times chegou às finais.
Importante partida para mim, porque depois dela, criei coragem e joguei em
alguns times amadores e nas seleções de minhas faculdades. Fatos como este
trazem os companheiros queridos bem próximos, desde os incríveis desportistas
aos geniais intelectos. Fernandinho Vicente, Arual, Pinus, Ary, Dudi, Afrânio
Tomatinho, Baiano, Palminha, Yale (o irmão de sangue), Téio Marquezini,
Labiga, Barbin, Claudinho Borges. São os flashs que me surgem agora. Agradeço
a todos os mestres, mas principalmente a alguns especiais que conseguiram
desenvolver em cada um de nós o espírito crítico, valores morais e humanos
que nos acompanharão sempre, tais como Ernestinho, Chico Biojonne, Tojal,
Mário, Fratini e, por que não, o Popof. Talvez os fatos relatados não
ocorreram bem assim, mas o que importa é que em nossas mentes de homens-meninos
sempre ficarão a lembrança e a emoção de ter participado desta grande
história que é nosso amado Culto à Ciência. Fábio
Rafael Lucci DeAngelo – turma 69-72