A memória me diz que era em 1962, terceiro ano matutino, classe E (os melhores alunos, com as melhores notas, ficavam nas classes A, B e assim por diante). Havíamos sido levados por dona Celina à presença do “Popof”, devido a um mal-entendido envolvendo um espelhinho no sapato na aula da linda professora de Geografia, Maria Valverde. Assunto cabeludo. Impossível esquecer o terror instalado até nossos ossos, alinhados em frente à mesa polida e por detrás dela a cara de poucos amigos, olhar fuzilante, cabeça vermelho-brilhante do doutor Telêmaco. A explosão verbal do “Popof” fez jus ao apelido (tomate gago quando explode faz poo...pooff !) Enquanto nos encolhíamos de medo, meu parceiro de traquinagem e autor mental enfiou a mão no bolso, retirou seu lenço, abaixou-se contra a luz para ver melhor os respingos de saliva sobre o mogno e... em movimentos circulares caprichados, enxugou, terminando com uma ligeira polida. A bronca do “Popof” parou no meio da frase e... pena máxima. Difícil foi explicar em casa a anotação na caderneta. Não só sou da família do Culto à Ciência, como formei uma família do Culto à Ciência. Encontrei a tampa da panela muitos anos depois, oriunda de lá. José Mak -- turma de 60