Final de 1974, estávamos quase formados e resolvemos fazer um futebol á
fantasia para comemorar. Veio o grande problema: como conseguir autorização do
doutor Telêmaco para o jogo? E a “brilhante” idéia: pediríamos
autorização bem na hora do jogo, já fantasiados -- os homens de mulher e as
mulheres, de homem, estariam na torcida. Assim, seria difícil ouvir uma
negativa. Mas não deu nada certo. Além de não autorizados fomos gentilmente
convidados a nos retirar do colégio. Não deixamos barato -- o que era uma
tradição dos alunos do “Culto”. Saímos pelos corredores distribuindo
nossas munições: ovos, tomates, farinha e similares a todos que
encontrávamos. Nem a sala dos professores escapou. A confusão extrapolou.
Imaginem um bando de alunos fantasiados correndo pelas ruas do bairro, até que
apareceu um fusquinha da polícia. Depois de muito trabalho, os policiais
conseguiram colocar dois dentro da viatura. Bem, lá fomos para a delegacia
retirar os colegas detidos. Lá reconhecemos um deles, o outro não. Aí nos
perguntarmos: em que classe ele estudava? A grande surpresa! Ele nos disse,
muito assustado: “Eu não estudo no colégio; estava só passando em
frente...” Caímos na maior gargalhada, nós e até o delegado. Sabe quem
chamou a policia? Sim, ele, nosso querido diretor. Um abraço a todos, em
especial ao Renato Véspoli, Gastão, Eugênio, Robetinho e Benfatti.
Fernando Braga Alves