Lá pelos idos de 1975, estudávamos (força de expressão) Mané e eu no
primeiro colegial, e como já havíamos repetido algumas vezes, estávamos no
Vespertino (aquele horário que não é nem à tarde nem à noite). Não sei
porque, mas tínhamos aula com um professor substituto de Matemática, que em
uma determinada aula invocou com o Mané e solicitou que este se retirasse da
“crasse”. O Mané não se fez de rogado e perguntou: “Sair da onde
Professor??”. “Da crasse!!”. Foi uma risada geral quando, então, o Mané
disse: “Bem professor, da crasse eu saio.”. Levantou-se e caminhou para
porta de saída com a classe toda dando risada. Saiu, fechou a porta e logo a
seguir tornou abrir e perguntou: “Nistinha, estou indo para o bar, vou comprar
chicrete. Você quer Chicrete Proc ou prets (fazendo referência às marcas de
chicletes da época Ploc e Plets).” A partir daí, como eu também cai na
risada, o professor mandou-me para fora da “crasse”. Eu, não agüentando
tanto autoritarismo, e com toda petulância e rebeldia própria da juventude,
chamei o professor pra briga, dizendo que ele só era homem dentro da “crasse”.
Resumindo a história: doutor Telêmaco chamou-nos à Diretoria e nos suspendeu,
mas dizendo que, como eu havia ameaçado o professor, deveria fazer uma carta me
retratando e com ciência dos meus pais. Se não, eu seria expulso do colégio!
Conclusão: fui obrigado à retratação para poder continuar “estudando”. Orlando
Nista Júnior