Abril de 1963. Estávamos, jovens pirralhos e deslumbrados, iniciando nossas vidas no Culto à Ciência. Sentíamos, nós os meninos, como os maiorais, os gostosões com as meninas. Nossa classe: 1a.E, ou seja, a “E”lite da bagunça. A turma do fundão onde, não sei porque, me inseria, ensaiava as primeiras aprontadas com as meninas lá da frente. Daí, um dia, o Júlio Roberto Celegão e eu (por onde andaria ele nestes dias de final do século?) resolvemos sacanear com uma moreninha, de cabelos compridos que, por ser a mais bonita da classe, esnobava todos nós do fundo. Por isso, a considerávamos muito “metida” (hoje seria uma patricinha). Assim, em plena aula de Português do professor Toninho Boiadeiro, entoamos uma musiquinha pornográfica dirigida a ela. Seu nome: Maria do Carmo Assunção Tavares. E não é que a tal “metida” escutou, levantou-se prontamente da carteira e, mesmo sem pedir licença ao professor, se dirigiu à Diretoria para nos dedar? Resultado: gancho de 5 dias para nós, sem mesmo termos tomado uma advertência anterior. É como levar cartão vermelho sem ter recebido o amarelo. O duro foi explicar em casa. Podem imaginar a raiva que passei a nutrir por esta “patricinha dos anos 60”. Fiquei os 4 anos do ginásio sem nunca mais ter nem olhado para ela. O “castigo” maior veio bem mais tarde, no início de 1990. Nós, a tal de Maria do Carmo e eu, 27 anos depois, com casamentos anteriores desfeitos, filhas crescendo, etc. etc. nos encontramos num jantar da turma de 69 do Culto à Ciência. Sabe o que aconteceu? Começamos a conversar, conversar, conversar e, dois anos depois, nos casamos, tivemos uma linda filha, Andréa, hoje com 5 anos. Laércio ( Lelé) Penteado Brochado de Almeida - turma 63/69