Fiz até promessa para entrar no Culto à Ciência! Toda vez que passamos
por perto do Culto à Ciência, minhas lindas e queridas filhas, Julissa e
Suzana, olham para mim e dizem: “Já sei, já sei, o Culto à Ciência era o
top dos colégios, só os bons conseguiam terminar o Científico lá, os ruins
acabavam indo para o Bandeirantes, os meninos bonitos eram mais bonitos, as
aulas de Filosofia eram um verdadeiro circo, etc...”. No final de 67, eu e
minha amiga Silvia Ortiz, nos preparamos como que para um vestibular; fizemos
até promessas e conseguimos!! Mas pagamos a promessa só pela metade, pois
devido às bolhas nos pés, não chegamos até o cemitério (paramos na igreja
Santo Antônio). No meu caso acho que fui castigada, pois nos primeiros meses de
1968, já arrumei um namorado grudento e chato e, assim, todo os nossos sonhos
de paquera e glórias foram por água a baixo. Até a amiga íntima se afastou.
Vocês se devem lembrar daquele casal que chegava junto ao colégio, no
intervalo o rapaz estava esperando na porta da sala, no final do período,
voltavam juntos para casa; nas festas, os que se aproximavam eram controlados e
para onde a namorada olhava, mais ainda . Era tão chato que quando eu ia
contar-lhe uma piada, primeiro, ele queria saber quem contou; tão chato que seu
apelido era Lelé. Se vocês não se lembram, dona Gladys, dona Celina, doutor
Telêmaco, com certeza se lembram, pois estavam sempre de olho na gente. Não
era permitido ficar de mãos dadas nas cercanias do colégio. Assim, não
consegui curtir o Culto à Ciência com diferentes amigos; mais assistia do que
participava. Lembro de alguns colegas mais próximos, mas jamais vou me esquecer
de um dos meus mais queridos sonhos: o Culto à Ciência! A ele eu me
reverencio, e com todo amor quero lhe prestar homenagem.
Laura Savitci -- turma do Científico 68-70