Lá por volta de novembro ou dezembro de 1973 ou 1974, o Maluf ou talvez fosse o Covas, não lembro (nenhuma relação com aqueles que vocês pensaram), precisava uma nota fantástica no exame de Física. Na época, ele tinha cabelo longo. Assim ainda o imagino. O cabelo não cai na lembrança, no entanto na vida real... A memória também destrói detalhes e talvez adicione tempero. Um grupo de amigos, que é melhor não revelar, já tinha fechado. Decidimos ajudar, digamos, o Maluf. A estratégia era derivada de “Missão Impossível”. Durante o exame, ele daria um jeito de que uma cópia da prova chegasse às mãos de alguém lá fora. E assim o fez. O grupo de alunos exemplares se reuniu numa sala desocupada e dividiu as tarefas. Enquanto uns faziam a questão um, outros a dois, outros iam transmitindo, através de um walkie-talkie, valiosas informações. O grupo ainda contava com pessoal de segurança, para dar o alerta caso chegasse (preencha, usando um dos seguintes: Miltão, Celina, Gladys...). Na outra ponta, aproveitando o cabelão e uma jaqueta de chuva, com um walkie-talkie amarrado nas costas e um fone de ouvido no... onde mais? no ouvido, Maluf tentava decifrar as respostas com que era bombardeado pelo grupo de fiéis amigos. Quase no final, chegou, não me lembro qual deles. Acho que foi o Miltão. O Maluf ficou de segunda época. E eu acabei físico... Será que vai ter chamada oral? Núuumero 24? Eu fui 24. Cheguei ao “Curtão” sem saber muito Português. Muito menos o significado do número 24. Era a única carteira vazia. No ano seguinte, fui 29. Talvez eu descubra o que eram as famosas orações subordinadas. Meu pai me disse que, dada a conjuntura política do País, não convinha fazer comentários... Nunca perguntei quem as subordinara. Aula prática de Biologia: um líquido verde, de aspecto não muito agradável. Robertinho, agora dentista sério, desafia: “Corto o s(*), se alguém beber!”. Não é que um cara vai e bebe? Ele nunca pagou a aposta... Acho. Um abraço à turma de 74, ao pessoal de handebol e atletismo, funcionários, professores que nos agüentaram. Em particular à turma de Educação Física: Waldyr, Stucchi, Mossa, Bento, Tojal, Bráulio e Argemiro, que não era do CàC mas foi professor para tantos que fizeram atletismo e que não pode ser separado da memória do CàC. Nestor Caticha.