Profª Maria de Lourdes Pimentel
MOACYR CASTRO
Quando li o Correio, preferi não acreditar. Quando vi o "Ferreira" entre "Lourdes" e "Pimentel", as esperanças aumentaram. Mas quando vi o dr. Carlos e a dona Júlia como geradores daquela mulher e mestra extraordinária, vi que tudo estava perdido. Foi a pessoa mais elegante que conheci. Seu escritório era perto da sucursal do Estadão e nos víamos com freqüência, conversávamos sempre e quando a via passar pelo Largo do Rosário em direção ao Fórum, sempre com uma simples folha de papel e uma caneta prateada na mão, dizia para mim mesmo:
"Se ela se sentar num banco da praça ou na cadeira de um dos engraxates, parecerá no trono da Inglaterra; se ela se curvar e der esmola a um desses pedintes, parecerá uma santa acudindo um doente; se ela cumprimentar alguém, com um aceno de cabeça que seja, o felizardo vai beijar-lhe a mão; mas se ela olhar para traz e sorrir para mim, vou jogar um beijo e ela vai menear a cabeça, lembrando-se de nossos tempos felizes no "Culto", a dizer só para ela: 'Ele não toma jeito!'".
Hoje o Correio Popular me contou que ela se foi. Agora, Deus tem uma tradutora para as diatribes do Bush. E nós, uma saudade. Um beijo, mestra querida.
(Moacyr Castro, Ribeirão Preto, 21/01/2003)
© Carlos Francisco Paula Neto - última atualização em
21/09/2018
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