Com meus sete anos de vivência na escola, tento hoje, e lá se vão 32 anos que saí por aqueles pesados portões, lembrar-me de coisas pitorescas. A que me veio hoje à mente teve enorme repercussão na época. Em 1962, o bonde 9 pegava a turma da manhã, 12h30 em ponto, no portão da escola e lá íamos farreando ao ritmo do balanço da geringonça. Descendo a 13 de Maio, margeando a sarjeta direita, aquela infinidade de latões de lixo de metal, com tampa, usadas na época pelos comerciantes da rua. O pessoal no estribo (acho que mais no estribo do que sentados), resolve meter o pé nas latas. A cena se repete outro dia, e mais outro. O dono de uma padaria, se enche daquele espetáculo e belo dia agarra um “estribeiro” pela manga, com o bonde andando, e arrasta-o para o interior da padaria. E dá-lhe sermão... Não contente, anota o nome do rapaz e comunica à escola. Suspensão de três dias, na certa. Passados alguns dias, mesmo horário, reinava calma na padaria. O bonde 9 desce a 13 de maio... Dezenas de alunos no estribo, mais os sentados, com os bolsos entupidos de giz afanados das lousas. E o bombardeio de chuva branca invade a padaria, impiedosamente. Era a vingança, que chegava, mesmo que tardia... Carlos Francisco de Paula Neto  

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